Ela permanecia sentada, naquela mesma cadeira, na varanda da casa. Os olhos apontavam para a rua, os carros passando, as pessoas, o pouco movimento daquele lugar, o olhar estava longe, talvez em Marte, quem sabe na casa do vizinho? Não, acho que o olhar estava na mente, nas dúvidas e nas certezas, observando o curso das coisas, as reviravoltas do seu próprio mundo. Os ouvidos continuavam lá, no mesmo lugar de sempre, e por eles entrava o som da música, os raros motores de carros, as conversas e risadas das pessoas, mas sua audição estava no mesmo lugar onde estava o olhar, procurando ouvir qualquer frase importante, que explicasse tudo, que desse sentido. O corpo permanecia lá, sentado, naquela mesma cadeira, na varanda da casa, o espírito estava em outro mundo, no seu mundo, aquele perfeito onde só entrava quem ela permitisse. Pensava em como adoraria continuar tendo sua bolha, e, de repente, descobriu que podia, era só mantê-la em segredo. E se alguém, algum dia a descobrisse, era só mudá-la de lugar. Nesse dia, ela descobriu que teria seu mundo particular para sempre. E que ninguém nunca a alcançaria ali.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
E que ninguém nunca a alcançaria ali.
ah! eu juro que tento alcançar.
texto pequeno, simples e complexo ao mesmo tempo, muito bem escrito e que descreve muito bem o sentimento de vez enquando das pessoas...
afinal, vindo de quem vem, só podia ser coisa foda, né?
AMO³
beijo querida ;*
melhor não dar tanta liberdade assim o.O
hahahahaha
amo³
Postar um comentário