Pausa de cinco minutos

Foi exatamente isso que eu acabei de ganhar. Cinco minutos para respirar e descansar a cabeça, já que eu estou desde as 8 horas da manhã organizando código, comentando, arrumando, tudo isso para não ter que vir na quinta-feira de feriado, que por acaso é amanhã.
Eu não faço idéia sobre o que escrever hoje. Só que eu acabei de ver o trailer de Once no YouTube e estou morrendo de vontade de assistir, mas obviamente o filme só está passando em um cinema de Campinas. Afinal, entre Homem de Ferro e Once, os cinemas ficam com o que?
Acho que o post vai ficar por aqui mesmo. Só para não ficar tão pequeno vou colocar um texto da Clarice Lispector que eu amo.

Por não estarem distraídos

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

1 comentários:

Ana Rute disse...

putz ninguem merece mais filminho de quadrinhos ne? cansei..

mas vim aqui mesmo pra pedir desculpa pq entrei algumas vezes mas nem dexei comentario.. é que ta meio corrido ultimamente tenho entrado só pra fazer trabalhos.. dai leio rapidão e nem comento. até o blog da lola tmb.. que por sinal nao sabia que vc tmb lia :D

até amanha espero!
saudades!
beijo