E viva as cartas escritas à mão!

Fim de semana em casa e acabou batendo aquela nostalgia das épocas mais calmas e desocupadas da minha vida. É, trabalhar e estudar não está sendo fácil e eu sei que só piora com o tempo, mas até agora, essa é a época mais caótica da minha vida. Enfim, voltando, e eu acabei me lembrando de quando trocava cartas pelo correio com os amigos da internet.
Era tão emocionante chegar em casa e correr para dentro para ver se tinha recebido alguma resposta, e melhor ainda quando ela estava lá, esperando, envelope lacrado em cima da estante, meu nome no destinatário. Sair correndo e pular na cama, abrir o envelope às pressas para descobrir o que a Bia achava do que eu tinha lhe contado, ou o que a Suh tinha achado da música, ou como a Sy estava. Descobrir o que tinha acontecido depois da briga do Yuri e por aí ia, toda semana, pelo menos uma carta para ler e responder.
Sim, eu sou do grupo que acha que e-mail é uma coisa extremamente impessoal e que adora receber cartas dentro de envelopes, escritas à mão, entregues por aqueles homens que andam o dia todo com suas roupas amarelas e azuis.
E todas essas coisas me lembraram da época em que tinha uma "família" na internet, a Roxx. Eu sei que é infantil e bobo, mas significava muito pra gente e mesmo hoje, alguns anos depois, o contato com alguns deles se mantém firme, e a amizade mais forte que nunca.
Essa é uma das coisas engraçadas da amizade. Ela surge, em qualquer lugar do mundo, com pessoas que você nunca viu na vida e talvez nunca chegue a ver, é só você estar aberto a isso.
Eu sou a prova viva de que existem amigos online sim. Alguns dos meus melhores eu conheci assim. E alguns é só esse o contato que eu tenho, e mesmo assim se mostram mais preocupados comigo do que os que me vêem todos os dias.
Isso está extremamente confuso e sem sentido, mas eu estou assim no momento, sem sentido e sem rumo algum.
A minha maior vontade agora é chegar em casa e pegar as cartas antigas para ver, dar risada das besteiras, sentir saudades daqueles com quem o contato já desapareceu. É, vou fazer isso quando chegar em casa.
E para os que lerem isso sem imagem, colocarei assim que chegar em casa e tirar uma foto das minhas cartas antigas.

//You be the anchor that keeps my feet on the ground, I'll be the wings that keep your heart in the clouds - Mayday Parade

Fim de semana colorido

Desculpem-me pela falta de posts, mas a de tempo está me matando.
Escrever primeiro sobre o concurdo de Novos Talentos no qual eu fui no último sábado.

Confesso que nunca tinha ido em um evento gay nem nada assim. Sempre tive vontade de ir para conhecer e tudo mais, mas em eventos maiores sempre tem o problema das pessoas que vão só para fazer bagunça e atrapalhar quem quer se divertir, pois bem, nesse fim de semana eu fui.
Era uma apresentação onde gays se "transformavam" em mulheres e faziam apresentações de dança, teatro e etc.
Me diverti bastante, e lá todos me respeitaram e ninguém foi baixo ou grosseiro. Acabei até ganhando uma pizza.
O lugar estava cheio e adorei saber que ainda existem pessoas livres de preconceitos e abertas a novas experiências. Gostaria realmente que todos parassem de achar que são melhores do que as outras por motivos estúpidos como orientação sexual, raça e classe social.
Quem acha isso pode me fazer o favor de responder com argumentos válidos por que acha? Gostaria realmente de enteder de onde vem essa noção fantasiosa de superioridade.
Mas enfim, voltando ao evento. O único problema foi a falta de organização, e o fato de que devido a problemas técnicos, este parava de 10 em 10 minutos, e isso acabou se tornando cansativo, mas de resto, foi uma experiência excelente. Devo confessar que ele só me ajudou a aumentar a convicção de que homofobia é um sentimento completamente estúpido.

Sessão Nostalgia

Eu estava lendo meu blog antigo ontem. É incrível como a gente muda e como os problemas que tínhamos há anos atrás já parecem estúpidos e fáceis de resolver agora. E como os encantos aconteciam por coisas bobas e completamente comuns nos dias atuais.
Mas eu me lembrei de uma boa história de amores de verão, e quem é que nunca teve um? Acho que vou contá-la aqui, de modo menos infantil do que no outro blog, mas essencialmente a mesma coisa.

"Eu estava de férias e meus pais decidiram ir para o sítio da minha tia, passar dez dias no final do mundo, sem tecnologia, sem celular, sem computador, sem telefone. Eu tinha até gostado de idéia, mesmo achando que seriam 10 dias de puro ócio.
E foram mesmo, pelo menos os 8 primeiros foram.
Eis que a vizinha de sítio era uma menina de 16 anos (eu tinha 14 na época, quase 15), e o namorado dela tinha ido para lá para passar as férias. Meu irmão, que é super amigo do irmão dessa menina tinha me dito que ela me chamou para ir até lá, mas como eu achei que só estavam ela e o namorado, não fui para não atrapalhar.
Um belo dia, estava eu deitada na rede, escrevendo e ouvindo meu discman (é, eu tinha discman na época, nada de mp3), e o namorado dela passou de carro, mas com outro menino junto, o tal do Felipe. Eles passaram e gritaram meu nome, mas eu obviamente não ouvi. Combine caderno, caneta e música e pode contar com o fato de eu não te ouvir. Tudo bem, eles passaram e meu pai começou a tirar sarro da minha cara, porque claro, além de criar e educar os filhos, é uma obrigação tirar sarro da cara deles por qualquer coisa (fique claro que eu adoro isso x)).
No dia seguinte (último dia de permanência no sítio, eu ia embora no outro dia de manhã bem cedo), eu fui chamar a Joice (vizinha) para nadar e acabei dando de cara com o Felipe e o Lúcio (namorado dela), e o meu primeiro pensamento: "Meu Deus, que menino lindo!". Tudo bem gente, dá um desconto, eu tinha 14 anos.
Ficamos a tarde toda conversando, choveu, e obviamente tínhamos que ter a péssima idéia de ir andar depois da chuva e de entrar na casa da menina pelo lado de trás (o caminho é todo de barro e é uma subida), e novamente, é óbvio que eu escorreguei e esse menino me segurou e me ajudou a subir.
E ficamos assim a tarde toda, conversa vai, conversa vem, até que ele deitou no meu colo e eu comecei a fazer cafuné e continuamos conversando. Acabei ficando lá até anoitecer e jantando lá. Depois do jantar voltamos lá pra fora para olhar as estrelas e conversar e de repente o Lúcio teve a brilhante idéia de ensinar a Joice a dançar forró, e o Felipe acabou me puxando para dançar também, e nessa hora já estava aquele clima sabe? Aliás, sempre esteve, desde que eu cheguei lá. A gente ficou dançando e claro que a dança acabou em beijo, e posso te dizer que foi o melhor deles até aquele dia (depois veio o Murilo e com ele, ninguém é comparável).
Acabei ficando com ele até mais de meia noite, e infelizmente chegou a hora de ir embora. Eles foram me levar até o sítio da minha tia e antes de ir embora eu dei um último beijo de despedida e saí andando (flutuando para ser mais exata), e de repente ele me puxou e me beijou, daqueles de perder o fôlego, se despediu e me pediu para voltar no carnaval (é claro que não deu para eu ir, senão não seria só um amor de verão, seria um amor um pouco maior que isso xD). E a história acabou comigo entrando em casa com uma cara extremamente boba e feliz, e sonhando com isso durante algumas noites.
Foi um daqueles dias dignos de trilha sonora e efeitos especiais."

Desculpa pela história mal contada, escrevi tudo agora, e nem li para corrigir erros de concordância e gramática, então, se eles existirem me desculpem.
Outro dia eu conto do começo do namoro com o Murilo, que é mais emocionante e intenso que essa história, afinal de contas, é com ele que eu estou há 2 anos e 7 meses e é com ele que pretendo continuar por quanto tempo durar.
O Felipe foi um amor de verão, o Murilo é para a vida inteira.

//i'll be the wings that keep your heart in the clouds - Mayday Parade