Saudades

Essas são provavelmente as palavras mais difíceis que já escrevi. Gostaria de nunca ter que retirá-las do pensamento, pois significaria que não tinham se tornado realidade.
Aquela semana foi a pior de todas as semanas dos meus míseros 20 anos. Ver você daquele jeito, não ter certeza se iria voltar ou se iria ficar bem, a espera pelo toque do telefone, o medo das más notícias. Meus piores medos estavam se tornando realidade e eu não conseguia fazer absolutamente nada para detê-los. Até a sexta-feira, a demora, a desconfiança de que havia algo de errado, até o telefonema, aquele telefonema que acabou com o meu ano, a imagem dela, sempre tão forte, chorando e tendo que nos dizer que tinha acabado, que você tinha ido para sempre e sentir as lágrimas enchendo meus olhos, mesmo eu tentando permanecer forte.
E o dia seguinte foi ainda pior, ter que aparecer naquele lugar, dessa vez sem você me dizendo que tudo ia ficar bem, sem você para me abraçar e para transmitir aquela sensação de paz. Foi aí que entrei naquela sala e o vi, imóvel, mas sorrindo. Aquele sorriso foi a coisa mais linda que já presenciei, e você, mesmo não estando lá de corpo presente, apareceu sorrindo para nos confortar, cuidando e se importando como sempre.
Hoje eu sinto que deveria ter te abraçado mais e te dito mais vezes que te amava, e sua falta é maior do que eu consigo expressar em palavras, muito maior, mas queria que o mundo soubesse do tremendo pai que você foi e para mim ainda é, você era aquele que consolava, que defendia, que conversava ao invés de gritar, aquele que eu espero de coração, eu consiga fazer ter orgulho de mim, seja lá onde estiver. Você sempre foi e vai continuar sendo para sempre o MEU HERÓI!
Só queria poder te dizer isso.