Encruzilhada

Ela finalmente deu de cara com uma encruzilhada. Tomar decisões nunca havia sido seu forte e lá estava ela, de cara com uma, que definiria pelo menos os próximos 3, 4 anos de sua vida. Agora não eram mais brinquedos, não eram mais namorados ou amiguinhos, agora era sua vida, seus sonhos. O que ela faria? Nada era certo, nenhum dos caminhos trazia garantias, os dois possuíam riscos gigantescos. Mas qual seria a melhor opção?
Ela se sentou, ficou observando o lugar onde a faixa em que caminhava se dividia em duas e percebeu que aquela era a perfeita imagem de como estava seu espírito no momento. Cada parte de si puxando para um lado. Parecia que seu corpo se rasgaria em dois, assim como o espírito já havia rasgado.
Queria fazer uma coisa só para si mesma, mas sabia que precisava pensar nos outros, que não era só ela que estava em jogo. Não conseguiu tomar decisão alguma e ficou sentada ali, diante da encruzilhada, sem saber o que fazer por um bom tempo.
Até que se refugiou, foi se esconder dentro de si mesma. E ali, não decidiu que caminho tomar, mas decidiu o que fazer para tomar essa decisão. Precisava de tempo, de calma, de silêncio. Quando juntasse todas as suas dúvidas, incertezas e possibilidades conversaria com quem as pudesse responder e só aí decidiria algo.
O grande problema, o que mais a preocupava, é que mesmo depois de tudo isso, o caminho que parecia mais sensato poderia se tornar um poço de areia movediça no final, e o outro, o que fosse cheio de pedras, poderia ser o jardim com que tanto sonhara. Mas o que fazer?
Concluiu por fim, que a única certeza que teria, por mais que pensasse era que precisava arriscar.

Mundo Particular

Ela permanecia sentada, naquela mesma cadeira, na varanda da casa. Os olhos apontavam para a rua, os carros passando, as pessoas, o pouco movimento daquele lugar, o olhar estava longe, talvez em Marte, quem sabe na casa do vizinho? Não, acho que o olhar estava na mente, nas dúvidas e nas certezas, observando o curso das coisas, as reviravoltas do seu próprio mundo. Os ouvidos continuavam lá, no mesmo lugar de sempre, e por eles entrava o som da música, os raros motores de carros, as conversas e risadas das pessoas, mas sua audição estava no mesmo lugar onde estava o olhar, procurando ouvir qualquer frase importante, que explicasse tudo, que desse sentido. O corpo permanecia lá, sentado, naquela mesma cadeira, na varanda da casa, o espírito estava em outro mundo, no seu mundo, aquele perfeito onde só entrava quem ela permitisse. Pensava em como adoraria continuar tendo sua bolha, e, de repente, descobriu que podia, era só mantê-la em segredo. E se alguém, algum dia a descobrisse, era só mudá-la de lugar. Nesse dia, ela descobriu que teria seu mundo particular para sempre. E que ninguém nunca a alcançaria ali.

Ainda vale a pena?

É, eu sei que o blog está mais abandonado do que eu havia prometido, mas já é uma façanha imensa ter conseguido mantê-lo tanto tempo sem desistir, ainda mais com a quantidade de coisas que eu tenho para estudar. Aliás, só parei para postar aqui porque acabei de descobrir que o meu bloco de folhas acabou e adivinha? É, eu esqueci de trazer um de reserva...

Sabe aquelas coisas que você escreve e nunca cria coragem para entregar? Já escrevi várias cartas e poemas e versos assim, mas dessa vez foi só uma coisa que escrevi em um momento de revolta, e que não vai ser entregue não por falta de coragem ou qualquer outra coisa do gênero. Dessa vez a "carta" não vai ser entregue por puro orgulho, orgulho ferido mais de uma vez. Como só algumas pessoas vão entender de quem se trata, vou compartilhar com vocês o que escrevi, e também pela necessidade de mostrar isso para alguém. Se por acaso pessoas que não deviam saber da história entenderem sobre o que eu estou falando também não importa, vai ser até bom saber que mais pessoas sabem da indignação que eu estou sentindo.

"Eu realmente achei que as coisas melhoravam com o tempo, que as conversas se tornavam cada vez mais fáceis e espontâneas e que um dia os momentos tão bons voltariam. Eis que dei com a cara no chão mais uma vez. Foi absolutamente horrível me dispor a mudar meu itinerário rotineiro só para lhe dar um abraço de feliz aniversário e descobrir que ele não se daria ao trabalho de me perguntar se estava tudo bem comigo (levando em consideração que ele sabia que não estava tudo bem comigo e que o que eu mais precisava era dos meus amigos naquele momento). Foi frustrante sentir que ele não se importa um mínimo, ou, se se importa, não quer que eu saiba. Dói lembrar de momentos passados do seu lado e pensar que tudo aquilo, que parecia tão real e indestrutível foi destruído e se resume aos meus sonhos agora.
Antes eu acreditava que havia um motivo para tudo isso, porque não é possível que tudo aquilo tenha sido mentira, ou tenha sido da boca para fora, eu sentia que não era. Mas agora eu estou começando a acreditar que era sim da boca para fora, ou talvez eu prefira pensar assim para que as coisas façam mais sentido.
A maioria das pessoas pode não entender o porquê de toda essa frustração se isso já tinha acontecido antes, e eu me limito a dizer que nenhuma dessas pessoas tinha o que nós tínhamos (ou que eu pensei que tínhamos). Eu quero os olhares cúmplices, os abraços e o colo de volta. Eu quero aquele alguém que sempre sabia como eu estava me sentindo, que conseguia ler meus olhos, que simplesmente adivinhava. Mas não vale mais a pena lutar por isso. Lutar sozinha desgasta.
Mas no fundo foi bom tudo isso ter acontecido. Agora eu dou valor pros verdadeiros, pros únicos e realmente indestrutíveis e vocês sabem que são."

PS: não, não é sobre o Murilo o post, é sobre um amigo (ou quase isso)
//Worth fighting for - Nine Days

My Best

É, as coisas não se mantiveram do jeito que eu gostaria, mas ganhei provas indiscutíveis de que tenho os melhores amigos do mundo nessa brincadeira.
Duas semanas extremamente difíceis, suspeitas infundadas que quase me levaram à loucura, coisas que não deram certo apesar de parecerem eternas.
Eu sei que fiquei muito tempo sem postar e que praticamente abandonei aqui, mas entendam que foi por motivos, se não nobres, que justificam a ausência.
A vidinha continua a mesma, trabalho, cursinho, cama, cama, trabalho, cursinho. Mas cada vez mais eu tenho vontade de estudar e melhorar, um dia vou conquistar o mundo, vocês vão ver só.
E acabei descobrindo nesse tempo que eu ainda tenho minha bolha, meu mundo perfeito para onde correr quando tudo desmorona (sim, é um pouco de exagero para quem está de fora, mas sentimento é uma coisa exagerada por definição).
Ah é, obrigada pelo seqüestro e pelo churrasco no dia seguinte. Os dois melhores do mundo, acho que não preciso citar nomes (um deles nem acessa aqui). É por essas e por outras que eu faço tudo por vocês.

Ah claro, no dia do "seqüestro" fui assistir O Nevoeiro (só porque a Lola falou hiper bem), e sim, eu amei o filme. E todo aquele clima de "a humanidade é o que existe de menos humano". E aquele final espetacular, de querer pular dentro da tela e chacoalhar o cara gritando: "Seu idiota!", mas acho que ele já fez isso por todos os que tiveram vontade.

Acho que não tenho sobre o que falar. Minha vida anda meio corrida e sem fatos relevantes ultimamente, ou com fatos relevantes que não devem ser comentados em um site na internet.

//My best - Vanessa Carlton
(é incrível como eu só paro para prestar atenção nas letras das minhas músicas preferidas quando eu estou passando pela exata situação descrita. Ela me entende como ninguém)