Ela caiu de pára-quedas. Mal sabia por onde começar ou como começar, não entendia absolutamente nada sobre aquilo e todos os seus anos de leituras e estudo não a ajudariam naquele momento, não ali. As primeiras semanas foram difíceis, ela chegou a pensar que não serviria para aquilo, mas com o tempo isso mudou. Aos poucos os sorrisos a cativaram. Em poucas semanas já sentia falta daqueles seres pequeninos. Já distingüia choros de fome e de frio, de dor e de birra. Já se importava tanto a ponto de travar a coluna de preocupação. As brincadeiras ficaram cada vez mais divertidas e ela percebeu que apesar de cansativo, era um trabalho extremamente divertido. Onde mais imitaria gatos e sapos e poderia dançar e pular feito criança novamente sem ser julgada por isso? Onde mais encontraria um emprego no qual grande parte se resumia a brincar?
Descobriu por fim que não só agüentaria, como gostava daquilo. Brincar de achei e de o mestre mandou e ninar uma criança a faziam esquecer dos problemas por alguns instantes. Ela percebeu que tendo dois mundos distintos era capaz de se organizar. Quando em um, o outro era completamente esquecido, e vice-e-versa. E este mundo tão diferente e divertido, sempre a fazia sorrir. Nele ela finalmente tornou seu maior sonho realidade. Nele ela finalmente voltou a ser criança e a voar com sua imaginação.