Ele se senta ao seu lado em completo silêncio e os dois ficam ali, sem trocar uma palavra ou olhar, como se fossem completos estranhos. De repente sentem gotas de água molhando seus rostos, e a chuva, que tanto demorara a cair, parecia decidida a se mostrar naquele momento, mas os dois permaneceram sentados, imóveis e mudos. Depois de muito tempo a chuva começa a diminuir e dá sinais de que cederá em pouco tempo.
Os dois se olham simultâneamente, ele ameaça abrir os lábios para falar algo, mas ela não permite. E os dois permanecem ali, se olhando, pensando exatamente a mesma coisa, e sabendo disso, mas também percebem que palavras só estragariam aquele momento. As palavras trariam toda a fantasia que haviam criado naqueles segundos para a realidade e não seriam capazes de reproduzí-la, então eles simplesmente ficam ali, em silêncio, e descobrem que ele é a melhor descrição para o que sentiam, pois não existia palavra suficientemente forte ou bonita e esta nunca viria a existir.