
Ela se sentou, ficou observando o lugar onde a faixa em que caminhava se dividia em duas e percebeu que aquela era a perfeita imagem de como estava seu espírito no momento. Cada parte de si puxando para um lado. Parecia que seu corpo se rasgaria em dois, assim como o espírito já havia rasgado.
Queria fazer uma coisa só para si mesma, mas sabia que precisava pensar nos outros, que não era só ela que estava em jogo. Não conseguiu tomar decisão alguma e ficou sentada ali, diante da encruzilhada, sem saber o que fazer por um bom tempo.
Até que se refugiou, foi se esconder dentro de si mesma. E ali, não decidiu que caminho tomar, mas decidiu o que fazer para tomar essa decisão. Precisava de tempo, de calma, de silêncio. Quando juntasse todas as suas dúvidas, incertezas e possibilidades conversaria com quem as pudesse responder e só aí decidiria algo.
O grande problema, o que mais a preocupava, é que mesmo depois de tudo isso, o caminho que parecia mais sensato poderia se tornar um poço de areia movediça no final, e o outro, o que fosse cheio de pedras, poderia ser o jardim com que tanto sonhara. Mas o que fazer?
Concluiu por fim, que a única certeza que teria, por mais que pensasse era que precisava arriscar.