Sonhos

Ele estava sentado em frente ao computador pensando sobre algo para escrever. Pensava em seu futuro, pensava nas ideias e da forma engraçada como elas pareciam se encaminhar. Havia descoberto alguns meses atrás uma paixão, além da música, já tão conhecida por todos. Descobrira durante uma aula da disciplina mais entediante que já havia feito naquela universidade algo que considerava essencial, fundamental, primordial, algo em que, se ele conseguisse fazer diferença, mudaria o mundo, talvez não em uma escala gigantesca, mas qualquer escala estava bom.
Essa paixão era a educação. Não, não queria se tornar professor, ou continuar agente de educação infantil para o resto da vida. Pode até ser que fosse prepotência, mas achava que seu potencial ia muito além. Queria reformar o sistema, destruir as prenoções e construir um modelo completamente novo. Queria estimular a criatividade, inserir a cultura no cronograma escolar, e incutir nas mentes de todo o mundo que a educação era o que existia de mais valioso.
Não, a educação que tinha em mente não era ensinar quanto é 2 + 2 ou obrigar a ler machado de assis com 14 anos. A educação que tinha em mente era completa, espontânea, mas ainda não havia achado as palavras para descrevê-la, era, no mais ver, utópica, completamente utópica. Mas afinal, se não se lutar sempre pela utopia, nunca chegaremos sequer perto dela. Acreditava que o melhor era sonhar grande. Sonhos em escala pequena eram objetivos em sua cabeça sem nexo. Sonhos de verdade são aqueles que parecem tão longe de serem realizados que você mal os enxerga no horizonte. Sonhos são aqueles que nos ensinam a ter esperança de que vai dar certo, nos ensinam a ser persistentes, a não desistir. Eles chegavam algum dia através das conquistas dos tais objetivos. Mas a palavra sonho, em sua cabeça remetia a algo gigantesco.
Não sabia se as ideias iriam funcionar, se o modelo iria se encaixar, se o sonho se aproximaria um passo. Só sabia que tinha que tentar. Talvez não conseguisse reconstruir o sistema educacional do país, mas tinha que tentar, era esse seu sonho (um dos), e era por esse que estudava, que se empenhava, que demorava 4 horas para escrever 10 linhas. E mesmo que tudo desmoronasse em algum ponto, uma coisa era certa: nunca deixaria de sonhar, a sua parcela criança não deixaria.

3 comentários:

Murilo Wadt disse...

Li uma citação muito boa outro dia... e era mais ou menos assim:
"As pessoas extraordinárias imaginam o impossível, e ao imaginar o inimaginável começar a achar que todo o resto é possível"

Beijos

Layra disse...

Que belo sonho Line! Tenho muito orgulho de você! Lembro perfeitamente que na nossa sexta série você me ensinou a gostar de uma música que dizia assim "Quem acredita sempre alcança".
Suas asas são belas e fortes. Tenho certeza de que você conseguirá alcançar voo e realizar tudo que deseja. Pode contar comigo!
Saudades.

Jwy disse...

Certos sonhos nem precisamos ser crianças pra ter. Certos sonhos, sendo crianças nem conseguimos ter.
Há o tipo de sonhos que só conhecendo muito bem o mundo ao nosso redor conseguimos ter. Achar a raiz dos defeitos pra imaginarmos o que temos que mudar. Continue sonhando, Nih. Que você sempre achará algum sonhador que concorde contigo e que possa te ajudar a alcançar seus sonhos mais utópicos.